INFLAÇÃO

Definição Rápida (em 10 segundos)

INFLAÇÃO

Subida generalizada de preços.

INFLAÇÃO

A Inflação consiste numa subida generalizada de preços, constituindo o tema em si, e não propriamente a taxa percentual divulgada (como veremos) uma das matérias económicas com maior e mais direto impacto no quotidiano de todos nós. Nem por isso é o conceito melhor compreendido.

Como é fácil de perceber, inflação e custo de vida são inseparáveis, pois quanto maior a subida generalizada de preços maior o crescimento do custo de vida, mas a Taxa de Inflação que se nos apresenta como a medida da subida de preços é calculado consoante parâmetros conhecidos por muito poucos, e merecia ser conhecida por mais de nós. 

O principal indicador utilizado aquando da referência ao jargão INFLAÇÃO, e que mais comummente é referido como Taxa de Inflação, é o Índice de Preços no Consumidor em variação homóloga (comparação com o mesmo período do ano anterior), que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga mensalmente.

A simples leitura da definição do INE para o Índice de Preços no Consumidor ("indicador que permite medir a evolução, no tempo, dos preços de um conjunto de bens e serviços que são considerados representativos de uma estrutura de consumo num determinado espaço geográfico e de um, ou vários, estratos socioeconómicos") seria suficiente para uma melhor compreensão do fenómeno. Pena que não seja lida...

Ora, se a medida é realizada consoante um conjunto de bens e serviços considerados representativos de um perfil de consumo, é praticamente impossível que a despesa de cada um de nós aumente à taxa de inflação "oficial", já que para tal o nosso consumo teria de coincidir com o perfil levado em consideração pelo cálculo. Esta discrepância é cada vez mais discutida, fazendo emergir o conceito de inflação pessoal, que corresponde à variação de preços do cabaz de compras realizadas por cada um de nós.

Voltando ao Índice de Preços no Consumidor, vulgarmente apelidado de Taxa de Inflação, é útil tomar contacto com a forma que leva o INE a chegar a determinado nível (percentagem). 

De acordo com a informação disponibilizada por aquele instituto, são monitorizados os preços de 1.189 produtos divididos por 12 tipologias:

                       . 271 (22,8%) produtos alimentares e bebidas não alcoólicas;

                       . 32 (2,7%) bebidas alcoólicas e tabaco;

                       . 128 (10,8%) produtos de vestuário e calçado;

                       . 36 (3%) produtos como habitação, água, gás, e outros combustíveis;

                       . 93 (7,8%) acessórios para o lar, equipamentos domésticos e de manutenção da habitação;

                       . 237 (19,9%) produtos e serviços de saúde;

                       . 178 (15%) produtos e serviços de transporte;

                       . 16 (1,3%) produtos e serviços de comunicações;

                       . 91 (7,7%) produtos e serviços de lazer, recriação e cultura;

                       . 31 (2,6%) produtos e serviços de restauração e hotelaria;

                       . 58 (4,9%) outros bens e serviços diversos. 


Ora, nem os gastos de cada um de nós estarão distribuídos nas proporções acima descritas, nem tampouco haverá coincidência entre os produtos adquiridos e os monitorizados pelo INE. Logo, a Taxa de Inflação mensalmente divulgada não coincide com o acréscimo de despesa mensal dos agregados familiares, constituindo-se apenas como um indicador genérico e relativamente abstrato, de relevância questionável não fossem as implicações deste índice 

Os efeitos da Inflação (em sentido lato e não o índice de preços no consumidor em si) sobre a economia são consideráveis, uma vez que a perspetiva de evolução de preços influencia significativamente o processo de tomada de decisão dos agentes económicos. 

Num exemplo rápido, a perspetiva de aumento significativa no preço de um automóvel levará a que muitos compradores antecipem a decisão de o adquirir, procurando dedicar uma quantidade menor de moeda à compra do mesmo bem. Em sentido contrário, a perspetiva de redução no preço do mesmo bem levará a que muitos compradores adiem a aquisição, procurando alocar posteriormente uma menor quantidade de moeda à compra. Ora, qualquer dos casos provoca disrupções na cadeia de produção e distribuição, colocando em causa o equilíbrio entre oferta e procura, ou seja, registar-se-á excesso de viaturas disponíveis numa fase de menor "consumo" e falta das mesmas na fase de maior procura, sendo que, em termos económicos, existem perdas em qualquer das fases, já que se verificam desajustes no mercado provocados pela falta de estabilidade dos preços que impossibilitam a maximização da eficiência.



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